Portugal+Microsoft=Espionagem GostNet

25 Novembro 2009 Por Adriano Afonso
Anti-Microsoft

Anti-Microsoft

Este é um post que sem dúvida já ando para escrever há muito tempo. Este é também um post de agradecimento aos nossos políticos dos últimos mandatos por terem “vendido” a sua alma (e a nossa, é claro) a gigantes monopolistas em vez de terem dado ouvidos ao povo, aos profissionais da informática e aos especialistas de segurança portugueses dignos desse nome, os quais respeito e apoio, por estarem entre os melhores ao nível mundial.

Por favor percam um pouco da vossa vida singular a ler o relatório lançado pela Trusted Tecnologies, que embora o acho simples, elementar e reduzido, ilustra muito bem o panorama actual, não só dos sistemas informáticos dos organismos do nosso Estado, como também, não se esqueçam, provavelmente da empresa onde trabalham.

A aposta da “GostNet” em ataques maioritariamente às tecnologias na empresa de Redmond, é, claro está, a insegurança a si aliada, e tantas vezes discutida. Para ajudar, à boa moda portuguesa, a segurança é assegurada pelo “filho do tio que até sabe umas coisas de computadores lá da empresa”. Quanto aos profissionais e responsáveis pela  informática do Estado, não discuto, mas ou se aplica a mesma regra, ou adormeceram durante muito tempo, tempo demais até.

Viva o Magalhães

Viva o Magalhães

Como é que isto aconteceu?

  • Ora bem, questionem primeiro o que é que o senhor Steve Balmer veio cá fazer a 3 de Outubro de 2008, notícia que podem ver no jornal Sol.
  • Depois podem perguntar também aos nosso governantes como é que conseguimos gastar mais em licenças Microsoft que em ambulâncias, vasta comprovar aqui (já vos fiz a pesquisa e tudo)!
  • Podem também perguntar, como é que um portátil minúsculo chamado de Magalhães desenhado para trabalhar com sistemas operativos simples e básicos, ganha a instalação de um sistema operativo que é lento, cheio de vírus e spyware, e que coloca metade das crianças deste país a braços com problemas que nem eles nem os professores sabem resolver? (sim, esquecem-se que os professores não são técnicos de informática). Já agora, Hugo Chaves que adquiriu o nosso portátil Magalhães descarta completamente Microsoft e instala o seu próprio sistema operativo Linux desenvolvido na Venezuela. E nós, que temos Linux Caixa Magica? Está instalado mas não os vejo a usar…
  • Poucas notícias tenho ouvido sobre o Linius, projecto desenvolvido em Portugal que supostamente iria dotar o Ministério da Justiça com sistemas baseados em ambiente Unix e formatos de documentos normalizados. A última notícia é de 2006 assim como a sua última distribuição.
  • Não seguimos, de todo, a tendências europeias de migração para ambientes de software livre e formatos standard, como tão bem defende o meu amigo e deputado Bruno Dias junto com a sua equipa no Software Livre no Parlamento (cuidado, é um DOC 🙂 ), o qual recebeu e com todo o mérito um dos  prémios ESOP.

Para voz dar um bom exemplo do que está a acontecer, o estado de  Massachusets e a Bélgica, Brasil, Croácia, Dinamarca, França, Alemanha, Japão, Malásia, Holanda, Noruega, Polônia, Rússia, África do Sul, Suíça, Uruguai e Venezuela aderiram ao ODF que já aqui referi varias vezes no meu blog. Além disso, aderiram ao ODF dois departamentos espanhóis, dois na Índia, um na Argentina, um na China e o Estado do Paraná.

Vamos continuar? Ou vamos mudar de uma vez por todas?

Eu já comecei….