Poder computacional aliado à competência

27 Novembro 2006 Por Adriano Afonso

Um dos pontos que muitas vezes discuto é a competência do utilizador perante um sistema informático, isto é, até que ponto este aproveita em toda a sua plenitude o poder computacional do seu computador, do seu posto de trabalho, e até que ponto a sua rentabilidade é aumentada com base no pressuposto de ter um “monitor, rato e teclado” à sua frente.

Com frequência vejo clientes a comprar aos seus fornecedores máquinas poderosas porque apenas estes lhe dizem “tem que estar actualizado”, ou porque simplesmente o novo computador tem uma funcionalidade que depois acabam por nem usufruir. A questão fundamental é, para quê tanto processamento e investir em máquinas que até ainda estão actuais, quando a sua utilidade é estritamente trabalho de escritório, processamento de texto, folhas de calculo e correio electrónico.

Como não gosto de enviar críticas ao ar, gosto também de dar soluções, faço sempre entender ao cliente que deve sim ter uma máquina mais potente como Servidor (sendo este conceito também discutível, pois pode ser apenas um repositório de dados), para guardar sempre os seus dados mais importantes e fazer cópias de segurança.

Vejo à minha volta neste momento um frenesim danado em volta dos novos processadores intel Pentium D e os novos AMD 64 X2, as novas gráficas nVidia e ATi (agora AMD), as novas rams DDR2. Sim, a evolução tecnológica é necessária e está a ser feito um óptimo trabalho, mas será que o Pentium 4 lá do escritório precisa de mais para processar meia dúzia de textos?

Se estivermos a falar de portáteis, e se por acaso se vai comprar um novo, sem qualquer sombra de dúvida que acho que deve ser actual.

Num meio empresarial, até que ponto o poder da máquina é equivalente ás competências do utilizador comum de escritório? A resposta é simples, nem os sistemas estão configurados devidamente para o melhor desempenho, nem as necessidades do utilizador comum são elevadas ao ponto de esgotarem sequer 10% dos recursos das máquinas. Já vários estudos foram feitos e vem repetidamente em jornais que a informática e o poder computacional só é aproveitado na realidade a 10% a 20%.

Quero finalizar com um exemplo pessoal de racionalização tanto de custos, como de competência e poder computacional: já há vários anos que faço recuperação de fotografia como hobbie, e que afinal é a única coisa que “puxa” mais pelo sistema, aproveito e deixo o meu último trabalho que já mereceu alguns elogios, e que está patente na minha galeria (antes / depois). Ora, sempre tive um computador em segunda mão, até ao presente que ainda possuo, que foi comprado ás peças, mas novas. Para um AMD 2600+ e uma gráfica nVidia Ti4200 de 128Mb e 512 Ram, ainda não estou muito desactualizado, mas à minha volta já senti alguma pressão para mudar, mas confesso que me arrependo por metade em ter comprado novo, pois já estou provavelmente a precisar de um novo e não usufrui deste na sua totalidade. Bem, mas mesmo assim decidi apostar na saúde mas com cabeça. A compra de um monitor Dell 24” polegadas Wide permitiu-me trabalhar mais à vontade (em espaço, claro está) e retirar dois monitores CRT de 17” que me enchiam os olhos de radiação. De resto, pretendo manter a máquina até esta “poeira” intel D – AMD X2 – nVdia SLI – ATiAMD CrossFire baixar, e talvez aí adquirir um novo sistema (novo ou não) que corresponda às minhas necessidades, mas nunca em exageros.